Combate à dengue


Vacina brasileira contra dengue começa a ser testada em outubro

Combate à dengue


Divulgação/EBC
A previsão dos pesquisadores é de que a vacina chegue à população em cinco anos
Nos EUA, vacina foi capaz de fazer com que as pessoas produzissem anticorpos contras os quatro vírus da dengue
Nos EUA, vacina foi capaz de fazer com que as pessoas produzissem anticorpos contras os quatro vírus da dengue
Os testes em seres humanos de uma vacina contra a dengue estão marcados para outubro e tem á frente o Instituto Butantan, a Universidade de São Paulo (USP) e o Ministério da Saúde. A vacina está sendo desenvolvida para combater, em uma única dose, os quatro tipos da doença já identificados no mundo. Nenhum outro país tem uma vacina como essa.
A  vacina começou a ser desenvolvida em 2006, juntamente com os institutos nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Os vírus foram identificados no país norte-americano e, posteriormente, transferidos para o Butantan, em 2010. A técnica utiliza o chamado vírus atenuado, que significa que o próprio vírus da dengue é modificado para que seja capaz de fazer com que as pessoas produzam anticorpos, mas sem desenvolver a doença.
Os cientistas já testaram a vacina em mais de 600 norte-americanos. Os estudos mostraram que é uma vacina segura e que foi capaz de fazer com que as pessoas produzissem anticorpos contras os quatro vírus. Nesses voluntários, não foram observados efeitos colaterais importantes, apenas dor e vermelhidão no local da aplicação, sensação comum para vacinas.
Porém, como os Estados Unidos não são uma região endêmica para a dengue, nenhum voluntário que recebeu a imunização havia contraído a doença antes. No Brasil, os testes vão envolver também pessoas que já tiveram dengue. Com base em estudos publicados no Sudoeste Asiático e nos Estados Unidos, pacientes com histórico de dengue poderão receber a imunização sem risco à saúde.
Testes no Brasil
Em uma primeira etapa dos testes brasileiros, que começam nesta semana, serão recrutados 50 voluntários da capital paulista, todos adultos saudáveis e que nunca tiveram dengue, com idade entre 18 e 59 anos, de ambos os sexos. Eles vão ser imunizados em duas doses, com intervalo de seis meses entre elas.
A próxima etapa vai incluir pessoas com histórico de dengue e a vacina será aplicada em dose única. Serão 250 voluntários da capital paulista e da cidade de Ribeirão Preto, no interior do estado.
A terceira e última fase vai recrutar pessoas de diversas partes do país, de várias idades. Só depois destas 3 fases, será solicitado o registro na Anvisa para que a vacina estará disponível. A previsão dos pesquisadores é de que a vacina chegue à população em cinco anos.
Recursos
O Ministério da Saúde está investindo R$ 200 milhões no Instituto Butantan. Os recursos são para a vacina da dengue e para outros produtos biológicos. Diversas ações também foram implementadas nos últimos anos em apoio aos estados e municípios, entre elas o aprimoramento da capacidade de alerta e resposta à doença, por meio dos sistemas de vigilância para detecção precoce de surtos. Também foram destinados recursos, aos estados e municípios para financiamento das ações de vigilância, o que inclui o controle da dengue: R$ 1,05 bilhão em 2010; R$ 1,34 bilhão em 2011; e R$ 1,73 bilhão em 2012. Além disso, todos os municípios receberam adicional de R$ 173,3 milhões, efetuado em dezembro de 2012, para ações de qualificação das atividades de prevenção e controle da dengue, visando prevenir a intensificação da transmissão que sempre ocorre no verão. Em 2011, foram R$ 92,8 milhões para 1.159 municípios.
Em novembro do ano passado, o Ministério da Saúde lançou campanha de mobilização contra a dengue e intensificou a sua divulgação durante todo o período de maior ocorrência da dengue em 2013. Também foi oferecido aos profissionais de saúde ensino a distância em manejo clínico do paciente com dengue, por intermédio de curso promovido pela UNASUS, conhecido como Dengue em 15 minutos. Além disso, as secretarias de Atenção à Saúde e de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, vem prestando assistência técnica para organização da rede de serviços de saúde ao atendimento dos pacientes com a doença e apoio às atividades de prevenção e investigação dos óbitos suspeitos de dengue.

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