Terceirizados do MJ aprovam indicativo de greve para o dia 27
Enquanto empresários pressionam pela votação do PL 4330 na Câmara dos Deputados, para acabar de vez com as garantias dos trabalhadores terceirizados, cerca de 600 contratados indiretamente pelo Ministério da Justiça paralisaram as atividades nesta quarta-feira (21) para tentar garantir o pagamento de salário e outros direitos trabalhistas. Sem respostas concretas sobre o encaminhamento da pauta de reivindicação, os cerca de 600 terceirizados do MJ aprovaram indicativo de greve para a próxima terça-feira, 27 de agosto.Indignados com o impasse nas negociações, que se estendem desde o dia 6 de agosto, os trabalhadores fecharam o Eixo Monumental, em frente ao Ministério da Justiça, onde, do lado de dentro, representantes dos trabalhadores e da pasta puderam ver a manifestação enquanto se reuniam.
“Não é a primeira vez que passamos por isso aqui no Ministério da Justiça. Há mais ou menos um ano, com a rescisão da empresa Forte Sul (terceirizadora de serviços), tivemos que entrar na Justiça para garantir pagamento de FGTS, salários”, afirma Mariana Soares, trabalhadora terceirizada pela Ademinas, que atua no protocolo geral do Ministério da Justiça.
Negociação
Após horas de conversa com os representantes do Ministério da Justiça, os representantes dos trabalhadores anunciaram à categoria que persistia no Eixo Monumental, debaixo do sol forte, que a mobilização da categoria deveria continuar, com mais força.
“Avançamos, mais ainda é pouco. Temos que continuar fortes e unidos. Somos essenciais para que os serviços do Ministério da Justiça andem. Nossa tarefa agora é de trazer para a luta quem ainda está trabalhando”, afirma o dirigente do Sindserviços – sindicato que representa os terceirizados do DF – Antônio de Pádua.
Até agora, foi garantido aos terceirizados o pagamento de salário referente ao período de 26 de julho a 14 de agosto, por ordem de pagamento. O saque poderá ser feito nesta quinta-feira (22). Além disso, o Ministério da Justiça afirmou que está levantando créditos, inclusive com bloqueio da conta da Ademinas, para realizar o pagamento dos salários de julho.
Contratação continua
O sumiço da empresa Ademinas se deu logo após a renovação do contrato com o Ministério da Justiça. Entretanto, o Ministério afirmou que, caso as pendências da empresa com os trabalhadores não sejam quitadas, o contrato poderá ser rompido após o dia 31 deste mês. Isso significa que as centenas de trabalhadores poderão ficar sem pagamento de férias, FGTS e demais verbas rescisórias.
Para o integrante da Comissão de Negociação, Cláudio da Silva, recepcionista terceirizado do Ministério da Justiça, a pasta não tem condições de romper o contrato, uma vez que os serviços desempenhados pelos terceirizados são essenciais ao funcionamento do MJ.
Atuação
De cima do carro de som, o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, orientou os trabalhadores terceirizados quanto a legalidade do movimento para que a categoria não seja prejudicada. “Para decretarmos uma greve, temos que, em assembleia, deliberar sobre o movimento e dar um prazo de 72 horas para iniciar a suspensão dos trabalhos”, explicou.
Os trabalhadores avaliaram a situação e, ao invés de dar continuidade às paralisações, decidiram que o melhor caminho seria a aprovação de indicativo de greve para terça-feira da próxima semana, dia 27, após reunião entre o MJ e os representantes dos trabalhadores.
“É greve geral se não tivermos avanço na próxima reunião. Estamos juntos nessa luta. Esse é só um dos casos em que os trabalhadores terceirizadeos saem prejudicados, explorados pelos empresários. Essa corja ainda quer aprovar o PL 4330 que, se for aprovado, vai deixar o que está ruim insuportável!”, denuncia Rodrigo Britto.
Secretaria de Comunicação da CUT Brasília
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